Entrevistas

ENTREVISTA A CANTORA CLAUDIA LEITTE:


 Você declarou durante uma coletiva que está tudo diferente na nova turnê. É uma nova Claudinha que temos por aí?
CLAUDIA LEITTE - Posso dizer que sim, pois novidades sempre marcaram minha carreira. Sempre gostei de gravar e cantar no palco coisas diferentes, desde a época do Babado Novo. Essa é minha essência. Mas neste trabalho estou mais expansiva. Agora em carreira solo, estou imprimindo minha marca. O público vai perceber muita diferença. O show é totalmente novo, figurino, cenografia. Faixas do meu novo disco, "As Máscaras", estão no repertório.
Quanto tempo você levou planejando o novo show?
Um bom tempo. Quis fazer um show que abraçasse todos os ritmos e foi aí que nasceu a turnê. Não sei dizer exatamente em quanto tempo foi concebido, mas eu e minha equipe estamos há uns dois ou três meses trabalhado neste projeto.
Até que ponto essa música “Famo$a” tem um quê de autobiográfico?
Em um momento da música, quando digo que “quero muito mais”, é a frase que considero ter esse cunho autobiográfico. Em relação à letra que compus, quis mostrar uma coisa mais caricata da fama. A fama é natural, faz parte da carreira que escolhi, mas quero ser mais feliz. Quero continuar desfrutando da felicidade que conquistei, porque no dia que isso tudo passar, o que fica é a felicidade.
Ser famosa te atrapalha em quais momentos?
O problema não é ser famosa, é saber lidar com a fama. A fama é efêmera. Você pode ser famoso ou famosa por vários motivos. Por ser um artista, por um ato de heroísmo ou bravura, por uma atitude relevante ou até por ter praticado o mal, um ou muitos crimes. Importante é saber distinguir a fama do personagem. Costumo ser eu, Claudia Leitte. E só.
Quais são seus planos com relação a uma carreira internacional?
Costumo dizer que tudo chega no seu tempo. Minha gravadora está trabalhando nesta direção. Já fiz shows no Chile, Estados Unidos, Portugal, Inglaterra e o próximo passo deve ser em direção ao mercado latino.
Se incomoda o rótulo de cantora de axé music?
Eu sou cantora de Axé, não saio do trio para nada. Amo música baiana e no meu novo disco tem cinco músicas que refletem isso. No novo trabalho mantive a essência da minha música, que é o Axé.
Antes do Babado Novo, você participou de um grupo da Daniela Mercury e foi vocalista de grupo de pagode. Conta um pouco pra gente desse período pré-Babado.
Fui vocalista na Nata do Samba e Companhia do Pagode. Foi num período que antecedeu o Babado Novo, comecinho de minha carreira. Tudo serviu de aprendizado.


As comparações com Ivete Sangalo te incomodam? A rivalidade entre vocês é boato?
Nós temos uma relação saudável que não dá espaço a futricas nem intrigas. Ivete é uma grande cantora, tem um trabalho consolidado. De comum temos o fato de nossas raízes estarem no axé e pronto.
Com quem você gostaria de dividir o microfone?
Uma das grandes alegrias que experimentei na vida foi cantar ao lado de Roberto Carlos. Foi um momento mágico demais.
Quem são seus ídolos?
Djavan, Gil, Caetano... São muitos os seguimentos, muitos tipos de arte, mas esses artistas que citei me emocionam sempre.
Como foi sua infância na Bahia?
Como de qualquer jovem de classe média. Morei por uns 15 anos no bairro da Saúde, encravado no Centro Histórico de Salvador e pertinho do Pelô [Pelourinho]. De lá ouvia os tambores do Olodum. Meus pais não eram ricos, mas me deram todo o conforto material e, acima de tudo, carinho e amor. Minha família sempre foi o maior pilar que tive na vida.
Seus pais me disseram que no começo foram contra. Quando foi que eles viram que não tinha mais jeito?
Eles sempre quiseram o melhor para mim, queriam que eu concluísse a faculdade, tivesse uma formação superior. Minha mãe é professora, meu pai, administrador. Mas meu negócio sempre foi a música, desde menina essa era a minha vocação e acho que pelos 18 a 19 anos eles concluíram que meu sonho se tornaria minha profissão. E dai em diante me deram todo apoio e sempre estiveram ao meu lado.
Se Davi quiser seguir a carreira artística, você apoiaria?
Ele terá meu apoio em todos os passos que pretender dar na vida. Saberei educar ao lado de Marcio e apontar o melhor caminho sempre, mas caberá a ele decidir.
Que sonhos faltam para você realizar?
Queria ter uma menina. Pretendo ter outro filho no final de 2011.
Quando você vai aceitar ser rainha de bateria de uma escola do Rio de Janeiro?
Quando conseguir conciliar minha agenda no Carnaval da Bahia e a maravilha que é o Carnaval do Rio. A logística é bem complexa. Fico em média 6 a 7 horas em cima do trio, cantando e isso vai até quase a meia noite ou mais. Não seria fácil sair de lá, pegar um avião, cair no samba na madrugada e voltar para recomeçar tudo de novo no trio. Mas quem sabe um dia conseguiremos?
Os cariocas podem esperar pelo seu bloco no Carnaval do ano que vem?
Sim, claro. Na Bahia vou puxar dois. O Eu Vou, na sexta, no Circuito Barra-Ondina, e o Papa, domingo e terça no tradicional circuito do Campo Grande e segunda na Barra. Mas gostaria de trazer meu trio um dia ao Rio e estamos estudando direitinho como fazer isso.
Você tem um projeto de um livro...
Ainda está em gestação, minha equipe está trabalhando nele com a editora. Mas posso dizer que terá a participação dos meus fãs. Em breve postaremos os detalhes em nosso site.
Qual o segredo de um casamento perfeito?
Amor, muito amor e respeito, carinho e umas pitadas de renovação sempre.
E como será a Claudia velhinha?
A mesma de hoje, com umas ruguinhas na cara. [Risos].


ENTREVISTA A ATRIZ E COMEDIANTE BRASILEIRA DANIELLA GIUSTI BARRA ADNET "DANI CALABRESA"


Dani, você ficou conhecida pelo show de stand-up "Comédia Ao Vivo", do qual ainda participa, e atualmente também apresenta os programas “Furo MTV" e está no elenco do "Comédia MTV". Como foi conquistar espaço no meio humorístico, antigamente tão habitado pelos homens e suas piadas machistas?
DANI CALABRESA - Desde criança eu sempre interpretei papéis cômicos no teatro. E sempre fui a "amiga louca" que andava com os meninos e falava besteira espontaneamente. Quando comecei a escrever textos de humor e stand-up, foi tudo muito natural pra mim.
Foi difícil se entrosar?
Acho que o público dá risada mais fácil com os homens porque eles têm a permissão social para falar palavrão e contar piadas sem problema nenhum. Apesar disso, nunca sofri nenhum preconceito. Pelo contrário, eu acho que as pessoas me consideram um "moleque" [risos].
Você conquistou o carinho do público e ganhou os holofotes pelo seu trabalho na MTV. Mesmo com essa trajetória de sucesso, você sofre ou já sofreu algum tipo de preconceito nos bastidores por ser mulher?
Não. Graças a Deus [risos]!
Fazer stand-up exige muito jogo de cintura e pouco tempo para piadas descoladas. De onde vem a inspiração para seus textos?
Eu brinco muito, o tempo todo, com vários assuntos. Falo coisas que surgem na minha cabeça durante o show, meio no improviso e vou misturando essas ideias com trechos dos textos que eu já tenho escrito. Paralelo a isso, vou tentando descobrir o que aquele público quer ouvir... O comediante "sente" se a plateia está receptiva, se dá para improvisar ou "bater um papo" com eles... Temos que ter muito jogo de cintura e bom humor.
Na hora do "vamos ver" dos palcos, já passou por alguma situação desagradável ou esqueceu o texto?
Já esqueci texto, já errei piada, já caí no palco... Tudo já me aconteceu [risos]! Mas como eu tenho uma postura de menina "goiabona", desastrada, eu adoro assumir essas falhas todas e transformá-las em mais piada. Erros são ótimos para os comediantes. É ótimo rir de si mesmo, e "se" zoar.
Você disse, em entrevista para o Jô Soares, que sempre foi muito tímida. Como foi enfrentar os palcos pela primeira vez?
Eu quase morri de vergonha [risos]! Minha mãe me empurrou para o palco e minha irmã [a atriz Fabiana Giusti], que interpretava a Branca de Neve na peça, me puxou. Eu fiz o Dunga [dos "Sete Anões"], menos mal, o único anão mudo! Acho que eu não teria conseguido falar [risos]! Mas o palco é viciante, depois dessa peça eu me apeguei ao teatro e não consegui mais parar!


Atualmente você marca presença tanto na TV como nos palcos. Como é essa relação? Em qual deles você se sente mais à vontade?
Sou completamente apaixonada pelo palco! Mas, ao mesmo tempo, me divirto tanto gravando o "Furo MTV" com o Bento [Ribeiro], e o "Comédia" com o [Marcelo] Adnet, o [Fábio] Rabin e a turma toda, que nem parece trabalho. Por isso, não consigo decidir se amo mais a TV ou o teatro. Na maioria das vezes, as pessoas ficam mais à vontade no teatro, mas a MTV é tão bacana comigo que eu fico à vontade até demais lá... Acho que amanhã até vou trabalhar de pijama [risos].
No stand-up você faz seu próprio texto. Essa liberdade também rola na televisão? Você pode dar "pitaco" no roteiro do "Furo MTV" e do "Comédia MTV"?
Sim, e muito! Em 2009, eu escrevi um roteiro para o "Furfles" junto com o Bruno Motta sobre televisão e criei uma enquete para imitar a Luciana Gimenez. No começo do ano, eu e o Rabin nos vestimos de velhinhos e improvisamos uma cena falando sobre a MTV. No meio do teste, eu dei um tapa na cara dele brincando e ele falou: "Me bate na cena toda vez que eu errar!". Os diretores do "Comédia MTV" adoraram e foi para o ar. Todo mundo cria e sugere muita coisa na MTV. Isso é muito bom pra gente! E no "Furo MTV" é a mesma coisa. Nós temos um roteiro com notícias e sugestões de piadas, mas na hora da gravação sempre tem muita coisa improvisada.
Como é trabalhar com o maridão Marcelo Adnet? Vocês conseguem separar o lado profissional do pessoal na relação ou a liberdade de casa é a mesma nos bastidores da MTV?
É super tranquilo. A gente se diverte mesmo quando discordamos de alguma coisa. É como trabalhar com o seu amigo que você tem ataque de riso, mas confia nele e sabe que pode contar se precisar de ajuda.
Como e quando vocês começaram a namorar? Tiveram que esconder dos colegas de MTV?
A gente se apaixonou no fim de 2007. Em fevereiro de 2008, ele foi convidado para gravar o piloto do “15 minutos”. Na mesma época, a MTV estava pilotando outro programa, o “Quinta Categoria”, e eles estavam procurando uma mulher comediante para fazê-lo. O Fábio Rabin, meu amigo, foi chamado para participar e me indicou. Eu fui, fiz o teste e fiquei fixa no elenco. A MTV nos uniu ainda mais. Depois de um tempo, a galera ficou sabendo que a gente namorava.
É difícil imaginar você, toda moderna vestida de branco em uma igreja. Você sempre teve essa vontade de casar? De quem veio a ideia?
A gente decidiu casar para dar uma festa para nossos amigos, pessoas que a gente ama, e agradecer a Deus pelo presente que ele nos deu. Parece uma coisa careta, mas não é não. A gente se sente tão feliz junto que pensamos: ”Temos que compartilhar isso com a nossa família e amigos!". E foi maravilhoso! Casar é uma delícia [risos]!



Você saiu de Santo André para trabalhar na megalópole de São Paulo. Essa adaptação foi difícil pra você?
Todos os meus parentes são de São Paulo, então eu conheço os lugares, não sou completamente perdida [risos]. Eu adoro Santo André, só que o trânsito em São Paulo está tão absurdo que não dá para morar longe do trabalho, acaba com a nossa saúde.
Estamos acostumados com a Dani Calabresa da MTV e dos palcos, descontraída e um tanto quanto "palhaça". Como é a Dani Calabresa no dia-a-dia, fora dos palcos e da televisão?
Acho que sou igual. Sou animada, adoro imitar meus amigos, falar besteiras para eles rirem. Sou uma pessoa normal, tenho momentos de irritação e mau-humor, mas mesmo assim, estou sempre brincando e querendo me divertir.
Na MTV seu trabalho ganhou uma projeção nacional. Você é reconhecida nas ruas? Como faz pra lidar com o assédio dos fãs?
Fico muito feliz que as pessoas gostem do "Furo MTV" e do "Comédia MTV", o carinho do público é muito bacana. Mas eu sou normal, e quero ter uma vida normal. Se você me vir na TV ou no teatro, estarei fazendo coisas loucas e engraçadas, mas na vida real sou super normal.
Quando foi e como se sentiu quando deu o primeiro autógrafo?
Fiquei feliz e um pouco assustada [risos]! Era como se, em uma hora, eu tivesse nos palcos "brincando" e me divertindo, e na outra, como se o "Brasil" estivesse me vendo e me analisando... É um pouquinho assustador! Eu nunca desejei ser famosa, sempre quis trabalhar, criar e atuar!
Você já recebeu propostas de outras emissoras? Se sim, pode falar qual e por que não aceitou?
Já, mas sinto que ainda não é o momento de parar de trabalhar na MTV. Amo fazer o “Furo MTV” e o “Comédia MTV”.
O que te faz ficar na MTV?
Adoro meus colegas de trabalho! Amo o "Furo MTV" e tenho muito orgulho desse programa, além de adorar trabalhar com o Bento e com o elenco do "Comédia". A equipe toda é muito bacana, eu também adoro os maquiadores e o pessoal dos bastidores. Tenho muito amor e gratidão pela emissora.